quarta-feira, 18 de março de 2009

SEMANA DA MEMORIA

Quem é quem na história do golpe militar na Argentina
Redação Central, 23 mar (EFE).- Principais pergens dos períodos anterior e posterior ao golpe militar, e da ditadura na Argentina:

MARIA ESTELA MARTINEZ DE PERÓN: Conhecida popularmente como "Isabelita", enviuvou do presidente Juan Domingo Perón em 1º de julho de 1974, e assumiu interinamente a Presidência da República Argentina. Durante seu mandato, o vazio de poder foi se tornando cada vez mais evidente, enquanto cresciam no país a violência e o caos econômico. Foi deposta pelo golpe de Estado militar de 24 de março de 1976 e colocada sob custódia das Forças Armadas.
Em setembro de 1979, a Comissão Nacional de Responsabilidade Patrimonial determinou a desapropriação de seus bens e, em 1980, o Governo militar argentino pôs fim a sua detenção. Em 1984, o Governo do presidente Raúl Alfonsín a anistiou e lhe devolveu seus direitos políticos, e dois anos depois, restituiu os bens que haviam sido apreendidos.
MARIO EDUARDO FIRMENICH.- Em 1975, quando era o principal dirigente "montoneiro", anunciou a um grupo de correspondentes estrangeiros que sua organização decidira "passar à clandestinidade" para combater o Governo de María Estela Martínez de Perón, que acusava de estar "a serviço da oligarquia e do imperialismo".
Firmenich reconheceu que esse ato poderia contribuir para o desencadeamento do golpe de Estado, que já se vislumbrava.
JORGE RAFAEL VIDELA.- General que liderou o golpe militar e presidiu o país entre 1976 e 1981. Considerado o principal responsável pela "guerra suja contra a subversão", foi condenado a prisão perpétua em dezembro de 1985. No entanto, foi indultado em 1990. Em 1998, foi processado por seqüestro de menores cujos pais foram vítimas da repressão. Atualmente permanece sob prisão domiciliar.
O juiz espanhol Baltasar Garzón solicitou uma ordem internacional de busca e captura contra ele e outros militares em novembro de 1999.
EMILIO EDUARDO MASSERA.- Fez parte da Junta Militar argentina que governou o país de 1976 a 1981. Conhecido como "El Negro" e "Zero", sua história está ligada à crônica obscura argentina dos anos 70, à violação dos direitos humanos e a milhares de desaparecidos.
Foi membro do chamado "Grupo de Tarefas" da Escola Superior de Mecânica da Marinha (Esma), um dos principais centros de detenção durante o regime militar e onde oposicionistas eram torturados. Em 1985, foi condenado a prisão perpétua por crimes e violações dos direitos humanos. Em 2002, sofreu um derrame cerebral e, posteriormente, foi declarado doente mental.
LEOPOLDO FORTUNATO GALTIERI.- Foi presidente da Argentina entre dezembro de 1981 e junho de 1982. Acusado de diversas violações de direitos humanos, foi absolvido nos processos de 1985. Quando morreu, em janeiro de 2003, cumpria prisão domiciliar pelo desaparecimento de montoneiros nos anos 80.
ALFREDO IGNACIO ASTIZ.- Foi capitão da Marinha argentina, era conhecido como o "anjo da morte" e fez parte do temido "grupo de tarefas" do centro de detenção da Esma. Atualmente encontra-se em prisão preventiva. É acusado de, dentre outros delitos, o desaparecimento de duas freiras francesas, caso pelo qual já foi condenado à revelia a cadeia perpétua na França, em 1990.
ADOLFO FRANCISCO SCILINGO.- Foi oficial da Marinha argentina e denunciou ao juiz espanhol Baltasar Garzón as violações de direitos humanos durante a ditadura militar. Em abril de 2005, foi condenado a 640 anos de prisão por detenção ilegal e torturas, na primeira resolução por delitos de lesa-humanidade tomada na Espanha.
RAUL ALFONSÍN FOULKES.- Presidente da Argentina (1983-1989), ordenou o processo judicial dos "máximos responsáveis" pela repressão política. Durante seu mandato, promulgou as leis de Ponto Final (1986), que limitava as ações penais contra membros das Forças Armadas envolvidos na repressão, e de Obediência Devida (1987), que eximia de culpa oficiais acusados de crimes durante a ditadura.
ERNESTO SÁBATO.- Escritor argentino que presidiu, a pedido do presidente Alfonsín, a Comissão Nacional sobre o Desaparecimento de Pessoas (Conadep). Os resultados da investigação foram expostos no relatório "Nunca Mais", que revelou que 8.961 pessoas desapareceram na repressão da ditadura militar.
CARLOS SAÚL MENEM.- Foi presidente da Argentina (1989-1999). Em 1989 indultou 277 militares e civis envolvidos na repressão da ditadura e, em 1990, decretou o indulto para Videla, Viola, Massera e outros líderes do regime condenados em 1985.
ESTELA BARNES DE CARLOTTO.- Preside a associação argentina "Avós da Praça de Maio", entidade que conseguiu localizar cerca de 80 crianças desaparecidas durante a ditadura. Recebeu, entre outros reconhecimentos, o Prêmio dos Direitos Humanos da ONU (2003).
JULIO CESAR STRASSERA - Promotor de Buenos Aires responsável pelo processamento das Juntas militares que governaram a Argentina (1976-1983). Baseia-se no relatório de Sábato e nas denúncias das Mães da Praça de Maio para acusar os principais responsáveis pela repressão militar condenados em 1985. Foi designado embaixador de Direitos Humanos em Genebra, mas renunciou quando Carlos Menem decretou os indultos, por considerá-los "uma imoralidade".
GABRIEL CAVALLO.- Juiz federal que declarou, em 2001, a inconstitucionalidade das leis de Ponto Final e Obediência Devida a partir de um recurso apresentado por grupos de defesa dos direitos humanos.
ADOLFO BAGNASCO.- Juiz federal que iniciou as ações de investigação por seqüestro, retenção e ocultação de crianças nascidas em prisões clandestinas, e por suprimir a identidade de filhos de seqüestrados durante a ditadura argentina (1976-1983), após as denúncias apresentadas por organizações humanitárias, como as Avós de Praça de Maio.

sábado, 14 de março de 2009

Reforma da língua portuguesa

O que muda com a reforma da língua portuguesa

da Folha de S.Paulo

As novas regras da língua portuguesa devem começar a ser implementadas em 2008. Mudanças incluem fim do trema e devem mudar entre 0,5% e 2% do vocabulário brasileiro. Veja abaixo quais são as mudanças.

HÍFEN
Não se usará mais: 1. quando o segundo elemento começa com s ou r, devendo estas consoantes ser duplicadas, como em "antirreligioso", "antissemita", "contrarregra", "infrassom". Exceção: será mantido o hífen quando os prefixos terminam com r -ou seja, "hiper-", "inter-" e "super-"- como em "hiper-requintado", "inter-resistente" e "super-revista" 2. quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente. Exemplos: "extraescolar", "aeroespacial", "autoestrada"

TREMA
Deixará de existir, a não ser em nomes próprios e seus derivados

ACENTO DIFERENCIAL
Não se usará mais para diferenciar: 1. "pára" (flexão do verbo parar) de "para" (preposição) 2. "péla" (flexão do verbo pelar) de "pela" (combinação da preposição com o artigo) 3. pólo" (substantivo) de "polo" (combinação antiga e popular de "por" e "lo") 4. "pélo" (flexão do verbo pelar), "pêlo" (substantivo) e "pelo" (combinação da preposição com o artigo) 5. "pêra" (substantivo - fruta), "péra" (substantivo arcaico - pedra) e "pera" (preposição arcaica)

ALFABETO
Passará a ter 26 letras, ao incorporar as letras "k", "w" e "y"

ACENTO CIRCUNFLEXO
Não se usará mais:1. nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos "crer", "dar", "ler", "ver" e seus derivados. A grafia correta será "creem", "deem", "leem" e "veem" 2. em palavras terminados em hiato "oo", como "enjôo" ou "vôo" -que se tornam "enjoo" e "voo"

ACENTO AGUDO
Não se usará mais:1. nos ditongos abertos "ei" e "oi" de palavras paroxítonas, como "assembléia", "idéia", "heróica" e "jibóia"2. nas palavras paroxítonas, com "i" e "u" tônicos, quando precedidos de ditongo. Exemplos: "feiúra" e "baiúca" passam a ser grafadas "feiura" e "baiuca"3. nas formas verbais que têm o acento tônico na raiz, com "u" tônico precedido de "g" ou "q" e seguido de "e" ou "i". Com isso, algumas poucas formas de verbos, como averigúe (averiguar), apazigúe (apaziguar) e argúem (arg(ü/u)ir), passam a ser grafadas averigue, apazigue, arguem

GRAFIA
No português lusitano:1. desaparecerão o "c" e o "p" de palavras em que essas letras não são pronunciadas, como "acção", "acto", "adopção", "óptimo" -que se tornam "ação", "ato", "adoção" e "ótimo"